A cidade e seus mortos é um poema de densidade simbólica e potência lírica notáveis. Através da articulação entre a experiência local e os temas universais da morte, da memória e da exclusão, Miguel Júnior insere-se com vigor na tradição da poesia brasileira contemporânea. Sua obra representa uma síntese entre a estética da contenção e a crítica social, entre o lirismo intimista e a memória coletiva.
O poema evidencia uma atualização das técnicas da modernidade literária — especialmente pela via da ambiguidade e da metáfora crítica — inserindo-se com originalidade num campo poético que ainda encontra na linguagem o espaço privilegiado de reinvenção do mundo.
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